quinta-feira, 7 de setembro de 2006

O PRESTIDIGITADOR (MANUEL OLEIRO)
E O MUSEU DO AZULEJO


Ontem faziamos eco da satisfação de Manuel Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus, ao anunciar um aumento de trinta e tantos por cento no número de visitantes dos Museus dependentes do "seu" (nosso) Instituto, durante o primeiro semestre deste ano.

Só que, e tal como começámos a denunciar, Manuel Oleiro, mais uma vez, utiliza o velho ditado "com a verdade me enganas".

E, para não sermos "enganados" de uma forma demasiado primária, vamos dar uma vista de olhos aos números do Museu Nacional do Azulejo.

FACTOS

1 - Se descontarmos o efeito "Festa dos Museus", o Museu Nacional do Azulejo passa de +4% para -2% no número de visitantes.

2 - Se descontarmos o efeito "Festa dos Museus + Escolas" o número total de visitantes nacionais a este Museu representa 8% do total dos visitantes neste periodo.
Dito de outra forma: 92% dos visitantes do MNA são estrangeiros e 8% nacionais.

3 - No primeiro semestre de 2006 o MNA perdeu, de forma acelerada, visitantes nacionais em todas as alíneas de análise:
3.1 - Visitantes nacionais aos dias de semana = -21%
3.2 - Cartão jovem = -47%
3.3 - >65 anos = -40%
3.4 - Professores = -33%
3.5 - Domingos e feriados = -48%
3.6 - Escolas = -24%
3.7 - Livre = -53%
3.8 - Lx.card adulto = -74%

Mas nem tudo são más noticias.

No mês de Maio, a "Festa dos Museus" registou um aumento de visitantes nacionais de cerca de 300%.

Pelo menos uma coisa Paulo Henriques, director do MNA, sabe fazer: festas !

É aceitável que um Museu Nacional com a importância do MNA tenha tido, em seis meses, um total de 2.577 visitantes nacionais ?

Leram bem: 2.577 visitantes nacionais em seis meses, ou seja, 430 visitantes/mês !

Por se tratar de um caso exemplar da falta de políticas de Manuel Oleiro para o seu (nosso) IPM, voltaremos a escrever sobre o Museu Nacional de Azulejo, sobre temas como a vergonhosa forma como a azulejaria nacional moderna e contemporânea esta representada, como o director do MNA dispões de um "couto privado" que é o espaço dedicado às exposições temporárias e à importância das mesmas no contexto de um museu visitado por 92% de estrangeiros, da forma como os tais 92% de visitantes são tratados por Pedro Henriques, etc. etc. etc.

Para acabar, uma chamada de atenção para os textos que escrevemos em Abril (com fotografias...) sobre aquilo que denominámos "Crónica de uma visita, num dia de chuva, ao Museu do Azulejo, em Lisboa ".
Ficam aqui os link:

I - INTRODUÇÃO (link)
II - AS GABARDINES E A ARTE (link)
III - ARTE POVERA NO MUSEU NACIONAL DO AZULEJO (link)
IV - DE UM PAINEL QUE SOBREVIVEU AO TERRAMOTO DE 1775,
MAS QUE, POR ESTE ANDAR, NÃO RESISTE AO DESLEIXO
DO DIRECTOR (link)
V - DE UMA IGREJA À ESPERA DE UM MILAGRE (link)
VI - CONCLUSÃO (link)




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