terça-feira, 30 de agosto de 2005

SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO BLOGUE

DEVIDO A PROBLEMAS GRAVES COM O COMPUTADOR, ESTE BLOGUE É INTERROMPIDO ATÉ À REPARAÇÃO DA "MÁQUINA" !

CONTAMOS ESTAR DE VOLTA NO INÍCIO DA PRÓXIMA SEMANA (DEPENDE DA INTERLOG)

domingo, 28 de agosto de 2005

TENHAM UM BOM DOMINGO


about gerard castello lopes

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

JORGE MOLDER - 4


about jorge molder

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 6

Hoje vamos até Guimarães, ao Museu de Alberto Sampaio, dedicado essencialmente à arte sacra.

Tal como nos outros Museus ligados ao IPM, a análise dos números permite-nos encontrar dados curiosos.

Assim, e apesar de este Museu ter aumentado em 148% o número de visitantes totais de 1998 para 2004, a partir de 2003 tem vindo a perder visitantes jovens de forma significativa.

Portanto, "sob o manto diáfano" do aumento ENORME de visitantes totais, esconde-se uma outra realidade, a da perca de jovens visitantes.

Poderá e deverá haver razões para que tal aconteça, mas é ao IPM que compete esclarecer a situação.

Mas vamos aos números

VISITANTES TOTAIS, POR ANO
1998 - 14.315
1999 - 14.772
2000 - 21.770
2001 - 28.463
2002 - 36.174
2003 - 33.531
2004 - 35.445
Diferença entre 1998 e 2004 + 21.130 ( + 148% )

VISITANTES JOVENS (ATÉ 25 ANOS)
2001 - 6.915
2002 - 9.413
2003 - 8.447
2004 - 7.183
Diferença entre 2001 e 2004 - +268 ( + 4% )

ESCOLAS (valores incluidos nos VISITANTES JOVENS)
2001 - 6.034
2002 - 7.895
2003 - 7.284
2004 - 7.183
Diferença entre 2001 e 2004 + 1.149 ( + 19% )

VISITANTES ESTRANGEIROS
2001 - 3.476
2002 - 4.282
2003 - 4.684
2004 - 5.377
Diferença entre 2001 e 2004 + 1.901 ( +55% )


Primeira grande conclusão destes números é a de que um Museu em Guimarães, dedicado à arte sacra, tem mais visitantes em 2004 do que o Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa !

Como todos sabemos, Guimarães não tem as potencialidades de Lisboa, é obvio, e a arte contemporânea tem mais poder de atracção do que um Museu de Arte Sacra.

E no entanto os números são estes !

Que fique bem claro que nada nos move contra pessoas em concreto, neste caso o Director do Museu do Chiado, mas tudo nos move contra situações de verdadeiro escândalo, em que quem tem que analisar e actuar se demite dessas funções, pelo menos ao olhar dos leigos que não andam pelos "corredores do poder".

Mas para a semana deveremos acabar com a análise dos números, e passar à etapa mais importante, segundo o nosso ponto de vista, ou seja, formular uma série de questões à Direcção do Instituto Português de Museus.

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

AUGUSTO CABRITA - 2


about augusto cabrita

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 6

Estivemos a vêr os números dos três Museus "perdedores" de visitantes.

É tempo de dar lugar aos "vencedores".

O grande "vencedor" desta análise ao comportamento dos Museus enquanto entidades ao serviços da colectividade, é o Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso, da Nazaré.

Instalado na antiga casa de veraneio do Dr. Joaquim Manso, antigo director do Diário de Lisboa, com um acervo muito heterogénio, segundo texto do IPM, tinha, em 1998, 8.311 visitantes/ano.

Nada mau para um Museu na Nazaré.

Mas, pelos vistos, estes números eram maus.

Em 2004, o Museu da Nazaré, como tambêm é conhecido, totalizou 35.445 visitantes, ou seja, um aumento de 148%.

É obra !

Mas vamos aos números.

VISITANTES TOTAIS, POR ANO

1998 - 8,311
1999 - 8.291
2000 - 6.237
2001 - 10.650
2002 - 18.283
2003 - 29.804
2004 - 29.030
Diferença entre 1998 e 2004 +20.779 visitantes ( 249% )

VISITANTES JOVENS (ATÉ 25 ANOS)
2001 - 3.654
2002 - 5.789
2003 - 7.809
2004 - 9.086
Diferença entre 2001 e 2004 + 5.432 ( + 149% )

ESCOLAS (valores incluidos em VISITANTES JOVENS)
2001 - 1.602
2002 - 2.005
2003 - 2.835
2004 - 2.335
Diferença entre 2001 e 2004 + 733 ( + 46% )

VISITANTES ESTRANGEIROS
2001 - 1.842
2002 - 3.332
2003 - 4.893
2004 - 5.111
Diferença entre 2001 e 2004 + 3.264 ( + 177% )

Face a estes números , quando comparados com o Museu do Chiado, por exemplo, cabe perguntar o que anda a fazer (ou não fazer...) a Direcção do Instituto Português de Museus.

O Museu do Chiado obteve em 2004 um total de 33.442 visitantes e o Museu Dr. Joaquim Manso 29.030.

O Museu do Chiado obteve em 2004 um total de 6.144 visitantes até aos 25 anos e o Museu Dr. Joaquim Manso 9.086.

E estamos a falar (escrever...) de um Museu situado em Lisboa, com apoio mecenático (Millennium/BCP) desde 2001 e de outro Museu situado na Nazaré, o que não é bem a mesma coisa.

Bem sei que os "boys & girls" do Instituto Português de Museus irão argumentar que a cultura não se mede em números, mas se os Museus não estão ao serviço das comunidades, estão ao serviço de quêm ?

Mas, nesta fase, estamos apenas a apresentar números, para destruir a "grande imagem" que o IPM pretende fazer passar, de que existe uma crise de visitantes em TODOS os Museus, o que se pode verificar, a partir dos números do próprio IPM, de que se trata de uma rotunda mentira.

Mais à frente iremos tentar explicar das razões que levam a que o IPM pretenda meter todos os Museus "no mesmo saco".

Afinal, se a crise é de todos, ninguêm é responsável, verdade?

É o país, é o analfabetismo, mas nunca as redes de cumplicidades, interesses e compadrios.

Mas isso fica para o final !

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

ALFREDO CUNHA - 1


about alfredo cunha

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 5

Quanto mais se estudam os números, mais perguntas ficam para fazer, no final , ao Instituto Português de Museus.

Hoje vamos olhar para os números do Museu Nacional do Azulejo.

VISITANTES TOTAIS, POR ANO
1998 - 86.354
1999 - 87.353
2000 - 95.335
2001 - 79.888
2002 - 75.685
2003 - 79.635
2004 - 70.571
Diferença entre 1998 e 2004 -15.783 ( -18% )

VISITANTES JOVENS (ATÉ 25 ANOS)
2001 - 4.339
2002 - 4.243
2003 - 4.209
2004 - 4.988
Diferença entre 2001 e 2004 +659 (+15%)

ESCOLAS (Valores incluidos em VISITANTES JOVENS)
2001 - 4.161
2002 - 3.904
2003 - 3.685
2004 - 4.274
Diferença entre 2001 e 2004 +113 (+3%)

VISITANTES ESTRANGEIROS
2001 - 71.379
2002 - 61.168
2003 - 72.258
2004 - 58.887
Diferença entre 2001 e 2004 -12.492 ( - 17,5% )

A grande descida de visitantes deste Museu começa em 2001.
Como os quadros disponibilizados pelo IPM só começam a ser detalhados a partir de 2001, ficamos sem saber em que categorias é que aconteceram as descidas.

Curioso é o facto de em 2001 e 2003 os visitantes totais serem práticament iguais, verificando-se a maior quebra em 2004, ano da famosa campanha de publicidade do Instituto Português de Museus dirigida ao "povo da bola", com os resultados que se conhecem.

Dado o Museu Nacional do Azulejo sêr dos museus ligados os IPM o mais visitado por estrangeiros, (89% de visitantes entrangeiros em 2001, 81% em 2002, 91% em 2003 e 83% em 2004), fácil se torna de concluir que a "belissíma" campanha de 2004 do IPM "ajudou" muito este Museu, relativamente ao número de visitantes estrangeiros.

Outras considerações deveriam sêr feitas quanto à politica deste Museu (o número de visitantes nacionais é frustrante), mas isso fica para o final.

Como nota final, fica cada vez mais claro que a "tese oficial" de que os Museus do IPM estão a perder visitantes é muito comoda para as chefias, mas que nada tem a vêr com a realidade.

Amanhã começamos a falar (escrever...) dos Museus ganhadores !

terça-feira, 23 de agosto de 2005

PEDRO PAIVA & JOÃO MARIA GUSMÃO - 2


about pedro paiva & joão maria gusmão

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 4

Este Instituto Português de Museus não pára de nos causar surpresas !

Então não é que os números do Museu de Conimbriga não são apresentados da mesma forma que os outros Museus do IPM ?

Mas vamos aos números !

VISITANTES TOTAIS, POR ANO
1998 - 158.862
1999 - 211.792
2000 - 163.143
2001 - 140.107
2002 - 135.157
2003 - 120.672
2004 - 110.250
Diferença entre 1998 e 2004 -48.612 ( - 31%)

ESCOLAS
2001 - 37.635
2002 - 36.920
2003 - 36.960
2004 - 33.018
Diferença entre 2001 e 2004 -4.617 (-12%)

NORMAL (?)
2001 - 38.289
2002 - 37.338
2003 - 32.318
2004 - 29.067
Diferença entre 2001 e 2004 -9.222 (-24%)

LIVRE (?)
2001 - 15.964
2002 - 15.090
2003 - 13.306
2004 - 11.071
Diferença entre 2001 e 2004 -4.893 (-31%)

ESTRANGEIROS
2001 - 48.219
2002 - 45.809
2003 - 38.088
2004 - 37.094
Diferença entre 2001 e 2004 -11.125 (-23%)

Como se pode verificar, o Museu de Conimbriga apresenta uma diminuição de visitantes muito mais complexa do que a do Museu do Chiado.

Assim, ao nivel dos visitantes das escolas, e até 2003, o Museu de Conimbriga apresenta um número estável de visitantes, só diminuindo em 2004.

Logo, parece poder concluir-se que o trabalho desenvolvido neste segmento tem nota positiva, porque uma das funções fundamentais de um Museu Nacional deverá ser exactamente a de preparação de públicos jovens, tendo em vista a formação de um povo cada vez mais interessados pelos assuntos da cultura.

Quantos aos outros segmentos (Normal, Livre) é muito difícil avaliar, dado não saber-mos o que significam visitantes "normais" e visitantes "livres".

Quanto aos estrangeiros, a maior queda é em 2003, e para avaliar das razões, haveria que cruzar esta informação com a informação dos visitantes estrangeiros em Coimbra.

Logo, aparentemente bom trabalho a nivel de uma função básica (o público das escolas) e trabalho a merecer maior análise nos restantes vectores.

Mas a perder visitantes !

Amanhã continuamos com o Museu do Azulejo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

GERARD CASTELLO LOPES - 3



about gerard castello lopes

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 3

Continuando com a "saga" da leitura dos números de visitantes dos museus sob a tutela do Instituto Português de Museus, vamos observar os três Museus que mais visitantes perderam entre 1998 e 2004 (Museu do Chiado -45%, Museu de Conimbriga -31%, e Museu do Azulejo -18%).

Como não existem, na net, elementos anteriores a 2001, é a partir desta data que podemos estabelecer quadros comparativos.

Hoje vamos observar o Museu do Chiado, dado sêr ele o "Campeão dos Visitantes Perdidos".

VISITANTES TOTAIS, POR ANO
1998 - 60.440
1999 - 50.201
2000 - 47.249
2001 - 41.583
2002 - 32.777
2003 - 30.824
2004 - 33.442
Diferença entre 1998 e 2004 - 26.998 visitantes ( - 45%)

VISITANTES JOVENS (ATÉ 25 ANOS)
2001 - 9.406
2002 - 5.400
2003 - 4.852
2004 - 6.144
Diferença entre 2001 e 2004 -3.262 visitantes ( -35%)

ESCOLAS (valores incluidos em VISITANTES JOVENS)
2001 - 5.151
2002 - 2.810
2003 - 2.843
2004 - 2.524
Diferença entre 2001 e 2004 -2.627 visitantes ( -51%)

VISITANTES ESTRANGEIROS
2001 - 16.375
2002 - 14.492
2003 - 13.976
2004 - 12.595
Diferença entre 2001 e 2004 - 3.780 visitantes ( -23%)

Desde 1998, ano da posse do actual director Pedro Lapa, o Museu do Chiado tem vindo a decrescer, todos os anos, no número de visitantes.

E perde em todos o segmentos possiveis de serem analisados:

No total de visitantes, entre 1998 e 2004 perde 45% de visitantes
No total de visitantes jovens, entre 2001 e 2004, perde cerca de 35%
No total de visitantes de escolas, entre 2001 e 2004, perde 51% de visitantes
N o total de visitantes estrangeiros, entre 2001 e 2004, perde 23% de visitantes.

Face a estes números, já nem se coloca a questão de indagar a Pedro Lapa o que está mal.

A questão que se coloca é directamente à Direcção do Instituto Português de Museus e ao silêncio e passividade deste Instituto face a esta derrocada de um Museu Nacional, e para mais um Museu com o apoio de um Mecenas exclusivo até ao final do corrente ano, o Millennium/BCP.

Quando os números são estes com o apoio de um mecenas, o que acontecerá a partir de 2006 ?

Finalmente, uma nota curiosa (para já!):

Dos três Museus que mais público perderam entre 1998 e 2004, dois (Museu do Chiado e Museu do Azulejo) tinham apoios de um mecenas exclusivo.

Curioso !

Amanhã será a vez do Museu de Conimbriga.

domingo, 21 de agosto de 2005

TENHAM UM BOM DOMINGO


about mário cabrita gil

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

JOÃO TABARRA - 2


about joão tabarra

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 2

Ontem, dedicámo-nos aos museus perdedores.

Hoje, e com toda a justiça, vamos falar (escrever, está bem) sobre os vencedores.

MUSEUS QUE AUMENTARAM OS VISITANTES EM MAIS DE 100% (É VERDADE !)

Museu Dr. Joaquim Manso
Museu Etnográfico e Arqueológico, situado na Nazaré
Visitantes em 1998 - 8.311
Visitantes em 2004 - 29.030
Taxa de aumento - 249%

Museu de Alberto Sampaio
Museu essencialmente de arte sacra, situado em Guimarães
Visitantes em 1998 - 14.315
Visitantes em 2004 - 35.445
Taxa de aumento - 148%

Museu do Teatro
Museu, como o nome indica, dedicado ao espólio teatral, situado em Lisboa
Visitantes em 1998 - 11.933
Visitantes em 2004 - 27.064
Taxa de aumento - 127%

Para além destes "campeões", existem mais 10 Museus que registaram aumentos de visitantes, variando esses aumentos entre os 6% (Museu de Etnologia) e os 80% (Museu Dr. Anatácio Gonçalves)

De entre estes, permito-me destacar:

Museu de Arqueologia, que passou de 59.653 visitantes em 1998 para 70.266 visitantes em 2004, ou seja, um aumento de 18%.
Museu Soares dos Reis, que passou de 15.688 visitantes em 1998 para 22.979 visitantes em 2004, ou seja, mais 46%
Museu dos Biscainhos, que passou de 12.747 visitantes em 1998 para 17.828 visitantes em 2004, ou seja, um aumento de 40%

Finalmente de referir que, enquanto 4 Museus (Conimbriga, Museu do Chiado, Museu do Azulejo e Museu de Arte Antiga) foram responsáveis por 89% dos visitantes perdidos entre 1998 e 2004, os 3 Museus que obtiveram aumentos de visitantes superiores a 100% só foram responsáveis por 59% dos visitantes "conquistados" no periodo 1998/2004.

Logo, enquanto as "percas" estão bem referênciadas (4 Museus) os "ganhos" estão muito distribuidos pelos 13 Museus que obtiveram mais visitantes entre 1998/2004.

Portanto, quando se está a fazer passar a imagem da "crise" de visitantes dos Museus, estamos, no mínimo, a ser injustos com as equipes de 19 Museus que tudo fazem para, em periodo de contenção, encontrarem formulas para aumentarem o número de visitantes.

Nota: não é por engano que incluo no número de Museus que merecem o nosso apreço 6 Museus que tiveram quebra de visitantes (entre 12% e 6%), dado que para a quase totalidade destes 6 Museus existem razões concretas (essencialmente obras) que contribuiram para a quebra de visitantes.

Logo, começa a sêr claro que o problema não é dos Museus como um todo, mas de 3 ou 4 em particular.

E o Instituto Português de Museus tem obrigação de saber isto.

Mas esta é uma questão que fica para o fim !

Continuamos amanhã.

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

ANTÓNIO JÚLIO DUARTE - 2


about antónio júlio duarte

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - A PROPÓSITO DAS QUESTÕES SUSCITADAS POR AUGUSTO M.SEABRA E VANESSA RATO. ENTRE OUTROS.

No Público de hoje Augusto M.Seabra retoma o tema do Museu do Chiado, só que desta vez visa mais alto e dirige-se à Ministra da Cultura, intitulando o seu artigo "Cultura pública, financiamentos privados e promiscuidades-uma questão de estado".

Não posso estar mais de acordo com o autor do texto, só que, na minha opinião, para além do financiamento da cultura, é necessário aprofundar outras questões, tais como Augusto M.Seabra muito bem coloca em três niveis, para, em paralelo com a resolução do financiamento, sejam debatidas e resolvidas.

Nos próximos dias colocaremos aqui uma série de textos sobre o número de visitantes dos museus, que é um critério, entre outros, para avaliar do desempenho das suas chefias.

E preparem-se, que vão encontrar muitas surpresas.

Assim, e só para abrir o apetite para o que se segue, atentem no seguinte:

É aceite que existe uma crise de frequentadores dos Museus, neste caso os dependentes do Instituto Português de Museus.

Comparando os "números brutos" de 1998 com 2004, constata-se uma redução de 231.170 visitantes, ou seja, menos 20%.

É obra !

Só que é falso !

Para podermos ter uma "fotografia" fiável dos anos de 1998 e 2004, algumas correcções têm que sêr feitas, a saber:

1 - Retirar o Museu dos Coches destes números, porque de 1998 para 1999 teve uma quebra de mais de 50% de visitantes, o que só se pode explicar por qualquer causa extraordinária.
2 - Retirar o Museu do Traje destes números porque desde 2002 (pelo menos...) está em obras, o que impede a realização de qualquer actividade
3 - Retirar o Museu Machado de Castro destes números, porque esteve encerrado todo o ano de 2004, para obras
4 - Retirar o Museu da Arte Popular destes números, porque está encerrado desde Maio de 2003, para obras.
5- No periodo 1998-2004 alguns museus estiveram encerrados durante vários meses, sendo atribuidos a esses museus o número de visitantes que tinham tido no mesmo mês do ano anterior.

E assim, depois de feitas as correcções acima enumeradas, verificamos que em 1998 os 23 Museus tutelados pelo IPM (num universo de 27) tiveram 709.067 visitantes, contra 693.803 visitantes em 2004, ou seja, uma quebra de 2%.

E entre 20% e 2% vai uma diferença muito grande !

Mas o melhor ainda está para vir, senão vejam:

10 Museus perderam 111.937 visitantes em 2004, quando comparados com 1998
13 Museus ganharam 96.673 visitantes em 2004, quando comparados com 1998

Portanto, a haver crise, ela existe para menos de metade dos Museus dos IPM.

Só que ainda há mais e melhor:

4 Museus (Conimbriga, Museu do Chiado, Museu do Azulejo e Museu de Arte Antiga), são responsáveis por 89% dos visitantes perdidos, ou seja 100.112 visitantes.

E estes 4 museus como se "responsabilizam"?

Museu de Conimbriga - 48.612 visitantes, ou seja, 43% do total de visitantes perdidos
Museu do Chiado - 26.998 visitantes, ou seja, 24% dos visitantes perdidos
Museu do Azulejo - 15.783 visitantes, ou seja, 14% dos visitantes perdidos
Museu de Arte Antiga - 8.719 visitantes, ou seja, 8% dos visitantes perdidos

Para finalizar, por hoje, só mais uma tabela de números

MUSEUS QUE PERDERAM MAIS DE 10% DE VISITANTES ENTRE 1998-2004
Museu do Chiado - Perdeu 45% de visitantes (26.998)
Museu de Conimbriga - Perdeu 31% de visitantes (48.612)
Museu do Azulejo - - Perdeu 18% de visitantes (15.783)
Museu do Abade de Baçal - Perdeu 17% de visitantes (1.790)
Museu de Évora - Perdeu 12% de visitantes (3.300)
Museu de Arte Antiga - Perdeu 10% de visitantes (8.719)

Comentários, só lá mais para o final.

Mas que há muitas perguntas a fazer ao IPM, disso não tenho dúvidas.

Continuamos amanhã.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

JOÃO TABARRA - 1


about joão tabarra

AINDA A PERGUNTA, INOCENTE, AO MINISTÉRIO DA CULTURA, SOBRE A EXPERIMENTA DESIGN 2005 - 2

Quanto mais vou lendo sobre este caso, se é que se trata de um caso, mais confuso fico.

Através da página na net do Ministério da Cultura fico a saber que em Março de 2004, e perante uma plateia de ilustres 200 convidados nacionais e estrangeiros reunidos no Centro Cultural de Belém, o Programa Operacional da Cultura efectuou o seminário "Avaliação e Perspectivas Futuras", que foi uma oportunidade para apresentar publicamente os resultados da Avaliação Intercalar a que o programa foi alvo no decorrer do ano de 2003.

Mais à frente, leio:

"Para encerrar o terceiro painel, o seminário do POC contou com a apresentação de Guta Moura Guedes e Miguel Setas, em representação, respectivamente, da Associação Experimenta Design e da empresa Galp Energia. Duas intervenções que assentaram na Cultura como factor de valorização e diferenciação económica, sendo que a presidente daquela associação privada reforçou o papel cada vez mais relevante que o tecido económico nacional deve ter na divulgação e apoio à cultura, e o segundo exemplificou com casos de sucesso o envolvimento daquela empresa na actividade cultural nacional".

Sigo para a página da Experimenta Designa na net e leio:

"Apresentação dos resultados na ExperimentaDesign2003 - Bienal de Lisboa no seminário promovido pelo Programa Operacional da Cultura, no quadro da sua avaliação e perspectivas futuras, que teve lugar no Centro Cultural de Belem. A Experimenta foi a única entidade da sociedade civil representada e interveio no painel moderado pelo Prof.Augusto Mateus, apresentando uma comunicação com o título "A Cultura como factor de valorização e diferenciação económica".

Chegados aqui, uma nova articulação se poderá fazer a uma das perguntas já feitas ao Ministério da Cultura:

Tendo sido apoiada em 2001 e 2003, com o destaque já evidenciado em textos anteriores aqui publicados, tendo sido público o apreço pelo projecto através do seminário realizado em Março de 2004, não se estará a deitar fora o dinheiro público já investido na ExperimentaDesign, ao não apoiar a edição de 2005 ?

É que o que está em causa não é só o apoio financeiro, é tambêm o apoio institucional, o qual é tão ou mais importante que o apoio financeiro, verdade ?

Nota final: Numa pergunta colocada num texto sobre a taxa de execução da ExperimentaDesign, lamento não poder informar mas, segundo me foi dito, em consulta telefónica ao POC, tal informação é confidêncial.

terça-feira, 16 de agosto de 2005

PAULO NOZOLINO - 2


about paulo nozolino

AINDA A PERGUNTA, INOCENTE, AO MINISTÉRIO DA CULTURA, SOBRE A EXPERIMENTA DESIGN 2005

Alertado pelo comentário do Contra-Baixo inserido no texto de ontem sobre este tema, fui verificar o Relatório Anual de Execução, para o ano de 2003, do Programa Operacional da Cultura.

Assim, na página 53 do citado relatório (versão PDF), fui encontrar o seguinte:

3.2 FINANCIAMENTOS APROVADOS E EXECUÇÃO FINANCEIRA POR EIXO/MEDIDA

3.2.1 Medida 1.1 - Recuperação e Animação de Sítios Históricos e Culturais



Durante o ano de 2003 foram aprovados no âmbito desta medida um total de 11 projectos, cujo investimento total aprovado ascendeu a 7.549 milhares de euros, o investimento elegível a 5.113 milhares de euros e o FEDER de 3.460 milhares de euros.

Dos 11 projectos aprovados 4 projectos foram enquadrados na acção 1-Obras de recuperação e de Valorização de Monumentos, Sítios Históricos e Arqueológicos, 2 projectos na acção 4 - Grandes eventos culturais, 3 projectos na acção 3 - Acontecimentos culturais ligados à Valorização e Animação do Património e 2 projectos na acção 2 - Edição de publicações e outros suportes documentais e digitais com conteúdos relativos ao património.



DA TOTALIDADE DOS PROJECTOS APROVADOS, DESTACA-SE PELO SIGNIFICATIVO VALOR DE INVESTIMENTO ASSOCIADO, O PROJECTO EXPERIMENTA DESIGN 2003, ENQUADRADO NA ACÇÃO 4-GRANDES EVENTOS CULTURAIS, COM UM INVESTIMENTO ELEGÍVEL APROVADO DE 1.234 MILHARES DE EUROS E UM FEDER DE 617 MILHARES DE EUROS.



Ao lado deste texto, é publicado um gráfico com a legenda "Experimenta Design 2003 (24,13%)" ou seja, a percentagem do total, em euros, atribuida à Experimenta Design 2003, o que significa que a importância atribuida a este projecto era tão grande que mereceu um destaque bem forte.

Chegados a este ponto, pensamos que, afinal, a nossa pergunta de ontem deverá ser acompanhadas de outras, tais como:

1ª QUESTÃO
Como foi possivel enquadrar o financiamento à Experimenta Design na rúbrica
3.2.1.- Medida 1.1 - Recuperação e Animação de Sítios Históricos e Culturais ?

Porque, se não estou enganado, a acção 4 - Grandes Eventos Culturais subordina-se à medida 1.1 - Recuperação e Animação de Sítios Históricos e Culturais, e o propósito e realização da Experimenta Design tem a vêr com tudo menos com esta definição.

2ª QUESTÃO
Tendo sido uma aposta tão forte em 2003,(económica e política) já para não falarmos de 2001, o que aconteceu entretanto para não haver qualquer participação do POC para a Experimenta Design 2005 ?

Para finalizar, são muito bem vindas propostas de perguntas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

GERARD CASTELLO LOPES - 2


about gerard castello lopes

MAIS UMA PERGUNTA AO MINISTÉRIO DA CULTURA (EXPERIMENTA DESIGN 2005)

Enquanto se aguarda uma reacção às perguntas que na imprensa e na "net" questionam a Direcção do Instituto Português de Museus relativamente ao que se passa no Museu do Chiado, ocorre-nos fazer mais uma pergunta inocente, ao Ministério da Culturta ou à entidade que superintende o Programa Operacional da Cultura.

Em 2001 o Programa Operacional da Cultura contribuiu com € 853.542 para a Experimenta Design 2001.
Em 2003 o Programa Operacional da Cultura contribuiu com € 1.234.000 para a Experimenta Design 2003.

No total, 2001 e 2003, o Programa Operacional da Cultura contribuiu com € 2.087.542 para a Experimenta Design.

Para a edição de 2005 o Programa Nacional da Cultura não tem qualquer contribuição para a Experimenta Design 2005.

Tendo sido tão fortemente apoiada pelo Programa Operacional da Cultura, e tambêm ao nível político (o Ministro Pedro Roseta esteve no lançamento da Experimenta Design 2003), a pergunta inocente é a seguinte:

O QUE LEVOU O PROGRAMA OPERACIONAL DA CULTURA A NÃO APOIAR A EXPERIMENTA DESIGN 2005.

Importam-se de responder ?

domingo, 14 de agosto de 2005

TENHAM UM MUITO BOM DOMINGO


about josé marafona

sábado, 13 de agosto de 2005

JORGE MOLDER - 3



about jorge molder

O MAU JORNALISMO QUE SE FAZ NO PÚBLICO

Na página 14 de hoje do jornal Público aparece uma pequena notíca, acompanhada de fotografia, e que tem como título "Mãe de soldado morto promete acampar na Casa Branca".

Mais à frente, o(a) jornalista reduz a dimensão do protesto da mãe do soldado, Cindy Sheehan, na seguinte frase; "Sheehan, que começou a sua vigilia a um quilometro da entrada do rancho presidencial, conta já com a companhia de dezenas de manifestantes".

Sucede que o protesto desta mãe, cujo filho morreu cinco dias depois de chegar ao Iraque, é neste momento um fenómeno nos média americanos, envolvendo campanhas de cobertura noticiosa de alguns dos principais média americanos, tendo incluido despertado a atenção de Joe Trippi, o homem que foi o principal responsável pelo arranque impetuoso da campanha das primárias americanas para a presidência do candidato Howard Dean, ou seja, o homem que revolucionou a forma de fazer campanhas políticas, tendo como base a net e o voluntariado (além da paixão por ideais, como parte da juventude americana demonstrou na altura da campanha de Howard Dean).

Sucede ainda que o nosso blogue Jeremias publicou ontem uma nota, que começa com "TAL COMO NO VIETNAM,...", e onde os nossos "fieis" leitores encontrarão muito mais matéria, e melhor, do que aquela que aparece hoje no Público (sem peneiras).

Bom fim de semana !

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

MÁRIO CABRITA GIL - 2


about mário cabrita gil

A GESTÃO DO MUSEU DO CHIADO - 5

No seguimento dos textos anteriores, sobre o Museu do Chiado, é interessante analisar a evolução dos visitantes daquele Museu Nacional ao longo dos anos.

Vejamos:

2001
Visitantes totais - 41.583
Jovens < 14 anos - 472
Jovens 15-25 anos - 2.399
Cartão Jovem - 1.382
Alunos escolas - 5.151
Visitantes estrangeiros - 16.375


2004
Visitantes totais - 33.442
Jovens < 14 anos - 385
Jovens 15-25 anos - 1.147
Cartão jovem - 710
Escolas - 2.524
Visitantes estrangeiros - 12.595

Diferenças percentuais 2004-2001
Visitantes totais -20%
Jovens < 14 anos -18%
Jovens 15-25 anos -52%
Cartão jovem -49%
Escolas -51%
Visitantes estrangeiros -23%

Breves notas, face aos números

1-É internacional e nacionalmente assumido que uma das poucas áreas em que, hoje em dia, um país se pode diferenciar, é através da sua cultura. Têm sido vários os governos que assumem como eixo prioritário da sua acção a promoção, justamente, do vector "Cultura".

2- Face a estes números, pergunta-se o que aconteceria a um dirigente, público ou privado, que obtivesse tais resultados.
Parece sêr óbvia a resposta.

3-Sendo óbvia a resposta, pergunta-se das razões que levam o Instituto Português de Museus e a sua Direcção ao silêncio e à inacção.

4-Sendo óbvia a resposta, pergunta-se das razões que levaram vários Ministros da Cultura (PS e PSD) a ignorar a "derrapagem" contínua do Museu do Chiado em particular, e dos Museus Nacionais em geral.

De tão óbvias que parecem estas respostas, elas são capazes de esconder respostas muito mais complexas.

Nota: O Museu do Chiado tem tido, nos últimos anos, o banco Millennium/BCP como Mecenas Exclusivo, mecenas esse que já anunciou o final deste estatuto, relativamente ao Museu do Chiado.
Portanto, o Museu do Chiado tem tido uma situação de previlégio face à maior parte dos Museus da rede do Instituto Português de Museus.

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

EDUARDO GAGEIRO - 2


about eduardo gageiro

PEDRO LAPA, A ELLIPSE FOUNDATION E O INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS - 4

Na sequência do texto de ontem, sobre a polémica entre Augusto M.Seabra e Pedro Lapa, por lapso não abordámos uma questão que, para nós, é crucial: a posição do Instituto Português de Museus relativamente às questões levantadas por Augusto M.Seabra e um pouco mais desenvolvidas pela Formiga Bargante.

Que Pedro Lapa considere que legal e deontológicamente está a proceder correctamente, é uma interpretação pessoal.

No entanto, quem tem a tutela dos Museus Nacionais é o Instituto Português de Museus, e o Museu do Chiado não é pertença de Pedro Lapa, embora às vezes tal "nuance" seja difícil de estabelecer.

E é bom recordar que Augusto M.Seabra denunciou a situação já em Janeiro de 2004, mais exactamente no Público de 11.1.2004.

Este silêncio da Direcção do Instituto Português de Museus só pode ter duas interpretações, segundo o nosso ponto de vista:

1ª - A Direcção do Instituto Português de Museus anda muito atarefada a tentar perceber qual a razão pela qual o número de visitantes dos Museus dirigidos por aquele Instituto registou, em 2004, o mais baixo numero de visitantes desde 1998 (em 1998 teve 1.149.378 visitantes e em 2004 918.208 visitantes, ou seja, uma quebra de 20%, apesar da campanha de publicidade ligada ao Euro, mas isso são outras "istórias")

2ª - A Direcção do Instituto Português de Museus entende que a ligação Pedro Lapa/Ellipse Foundation é normal, e então estamos conversados.

Já agora, a Formiga Bargante atreve-se a fazer um pedido: não haverá uma "alminha" que se "passeie" pela Net que chame a atenção da Ministra da Cultura, dado o silêncio da Direcção do Instituto Português de Museus, pelo menos desde Janeiro de 2004 ?

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO


about josé maçãs de carvalho

AINDA PEDRO LAPA E O MUSEU DO CHIADO - 3

Sobre este tema (Pedro Lapa, o Museu do Chiado e a promiscuidade em geral) já aqui foram colocados dois textos, um em 4 de Agosto e o outro em 23 de Julho.

Acontece que hoje, no Jornal Público, é recuperada uma "velha" polémica entre Augusto M.Seabra e Pedro Lapa, director do Museu do Chiado, em Lisboa.

Augusto M. Seabra situa a questão nos seguintes termos:
"Numa reflexão prosseguida sobre a "nomemkultura" que rege o sistema das artes plásticas em Portugal, tenho evocado acumulações de cargos públicos com consultadorias privadas. É o caso de Pedro Lapa simultaneamente director de um museu nacional, o do Chiado, e curador da Fundação Ellipse, promovida pelo Banco Privado Português".

Replica Pedro Lapa:
"Gostaria desde já esclarecer alguns aspectos incorrectos: A.M.Seabra afirma que sou curador de um fundo de investimento, o que é falso. Desempenho parcialmente funções de curador na Ellipse Foundation, sediada em Amesterdão, o que é significativamente diferente".

Em seguida Pedro Lapa dedica a quase totalidade das duas colunas que ocupa no Público a defender as virtudes da associação do "seu" museu com as instituições privadas, neste caso a Ellipse Foundation, deixando para o final um único parágrafo sobre as vantagens que as instituições privadas recebem pelas parcerias com as instituições públicas.

Sucede que Pedro Lapa mente.

E com um descaramento que não nos deixa de surpreender.

Vamos aos factos.

1º - Efectivamente a Ellipse Foundation está sediada em Amesterdão, mas a sua fundação parte de João Rendeiro, presidente do Banco Privado de Negócios, como o próprio o afirma públicamente no relatório e contas do Banco para 2003.
Já agora, convinha perguntar qual a razão pela qual um banco português decide sediar a Ellipse Foundation em Amesterdão e não Lisboa.

2º - Pedro Lapa diz que é falso ser curador de um fundo de investimento.
Acontece que nas apresentações públicas da Ellipse Foundation esta se apresenta como um fundo de investimento, com clareza e sem receios. Veja-se aqui(Espanha), aqui(Portugal) e aqui(Brasil).

3º - Pedro Lapa pretende desvalorizar a sua "importância" no referido fundo de investimentos, afirmando que "desempenho parcialmente funções de curador na Ellipse..."
quando nada disso é referido pela própria "Fundação".
O que a Ellipse afirma é isto, isto e isto.

4º - Pedro Lapa não se limita a, em nome pessoal, ser curador da Ellipse Foundation.
É apresentado como Pedro Lapa, "Director of National Museum of Contemporary Art, Lisbon". Veja-se aqui.


Face a estes factos, cabe perguntar quem está a lucrar e quem está a perder.

O Museu do Chiado está a perder- de 2000 a 2004 perdeu 29% de visitantes, passando de 47.249 em 2000 para 33.442 em 2004, com uma queda ainda maior em 2003, com 30.834 visitantes, ou seja menos 35% de visitantes.

O Museu do Chiado está a perder- já este ano perdeu o mecenas Millenium/BCP, o que torna a sua vida financeira muito mais difícil.

A Ellipse Foundation está a ganhar- no seu corpo de 3 curadores está Pedro Lapa, "Director of Nacional Museum of Contemporary Art", o que, a nivel internacional, aumenta a sua imagem de credebilidade.

A Ellipse Foundation está a ganhar-coloca peças encomendadas para a sua colecção em exposição num MUSEU NACIONAL, ganhando notoriedade, e já agora valor financeiro, para a referida peça.
Pelos mecanismos que regem o mercado da arte, e é disso que a Ellipse Foundation trata, uma peça exposta num Museu Nacional, mesmo o do Chiado (não é própriamente a Tate Modern, mas tambêm não é um museu no Uganda...) fica automáticamente valorizada.

Quanto a Pedro Lapa, que cada um retire as suas conclusões.

terça-feira, 9 de agosto de 2005

NAGASAKI - 60 ANOS

NAGASAKI - 60 ANOS

"Akiko Seitelbach was 22 years old, and working at Mitsubishi Electrical as a volunteer, when the atomic bomb fell on Nagasaki."

link

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

JORGE MOLDER - 2


about jorge molder

AS ELEIÇÕES PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

As eleições de Outubro deste ano para a Câmara Municipal de Lisboa prometem ser muito, mas mesmo muito interessantes.

Vejamos:

Cinco partidos, PS, PSD, PCP, BE e CDS/PP a concorrerem. É obra !

Desde há muitos anos que os partidos não concorriam sozinhos.
Nestas eleições vão todos por si, e no fim é que se conta a "real" influência de cada um.
E, então sim, lá virá a "dança" das coligações.

Manuel Maria Carrilho e Carmona Rodrigues escolhidos para chefiar as candidaturas do PS e PSD, mas ambos com os aparelhos partidários contra eles.
A lista de Carmona Rodrigues foi anteontem aprovada, com 19 votos a favor, 18 votos contra e duas abstenções !
Como vai ser na campanha?

O CDS/PP a concorrer com uma candidata muito forte, Maria José Nogueira Pinto.
Vamos vêr que "estragos" consegue fazer na votação do PSD.

E à esquerda, como vai resistir Carrilho à má imagem do governo de Sócrates e aos ataques do PCP e do BE, para já não falar do arranque desastrado da campanha ?
Não vai ser nada fácil!

Vamos têr um Setembro e primeira semana de Outubro muito quentes, com muitos "incêndios", só que desta vez políticos, espera-se.

domingo, 7 de agosto de 2005

TENHAM UM BOM DOMINGO


about michael eastman

sábado, 6 de agosto de 2005

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

AUGUSTO CABRITA - 1


about Augusto Cabrita

ISTO HOJE ESTÁ DIFÍCIL

Os incêndios, a Ota, o TGV, o mensalão português, a CGD o Armando Vara mais a Celeste Cardona, o Museu do Chiado e todos os outros Museus, a nuvem de fumo que cobre Lisboa, Macau e a candidatura de Mário Soares, os cartazes nas ruas da campanha do Carrilho ("Juntos vamos mudar Lisboa" é Carrilho ou Carmona ? ou tanto faz?), o BES e o Brasil e agora Macau, o Ministro das Obras Públicas, etc.etc.etc.

Isto está duro para os homens (e mulheres, já agora...) quanto mais para uma formiga.

Para "acabar em beleza", uma foto de Augusto Cabrita (tão injustamente esquecido, quem se lembra da belíssima fotografia de "Belarmino"? a propósito, quem sabe o que é o "Belarmino"?) para nos recordar que o Portugal que Augusto Cabrita fotografou não é tão antigo quanto isso !

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

ANTÓNIO JÚLIO DUARTE - 2


about António Júlio Duarte

AINDA O MUSEU DO CHIADO

Em 23 de Julho escrevi uma nota na Formiga Bargante, relativa ao Museu do Chiado e à actuação do seu director, Pedro Lapa.

Num artigo de opinião publicado hoje no Público intitulado "Arte, sistemas e promiscuidades", Augusto M.Seabra retoma uma sua velha (e oportuna) tese entre o "sistema" que influência o panorama das artes plásticas portuguesas e as promiscuidades desse mesmo "sistema".

Assim, ficamos a saber (se é que já não sabiamos...) que Pedro Lapa, além de Director do Museu do Chiado é tambem curador da Fundação Elipse, criada pelo Banco Privado Português, sem que isso represente, para ele, qualquer tipo de problema.

Mas, para ajudar a perceber que os problemas de "sistema" e "interesses" não são uma exclusividade da esfera económica ou política, aqui vai uma transcrição do artigo de Augusto M.Seabra:

"Mas, se falo em promiscuidades institucionais, não posso tambem deixar de voltar ao caso da Fundação Elipse. Respondeu-me Pedro Lapa (Público de 11.01.04) dizendo que não havia conflito de interesses. *Esta colecção (do Museu do Chiado) é estritamente nacional e centrada no período histórico de 1850 à actualidade, enquanto a colecção privada se dirige à contemporaneidade internacional*
Repliquei (25.0.1.04) lembrando que, além da colecção, o museu tem um programa de exposições, e na programação do 10º aniversário destacavam-se duas, as de Richard Richer e James Coleman; como podia o fundo não ter interesse em obras de artistas como aqueles?"
Entretanto, o museu apresentou -horoscopus- peça de Coleman realizada expressamente para a exposição, porque adquirida pela Elipse".

Para uma melhor informação sobre o "sistema" que dita e condiciona o mundo das artes plásticas em Portugal, recomenda-se uma leitura muito atenta deste artigo.

Nota final: qualquer peça adquirida por um particular e que seja exibida em qualquer Museu Nacional, fica automáticamente valorizada, dado o facto de os Museus Nacionais em todo o mundo funcionarem, tambêm, como "garante" da qualidade das peças exibidas.

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

RUI AGUIAR - 1


about rui aguiar

O QUE FAZ CORRER MÁRIO SOARES - 1

De leitura obrigatória o artigo de opinião, assinado por Helena Roseta, e publicado hoje no jornal Público.

Duas questões colocadas por Helena Roseta, entre outras, e que estão bastante arredadas dos nossos comentadores políticos, vamos lá saber porquê.

Primeira questão:

"Primeiro, pode um candidato de esquerda sair vitorioso depois de atropelar um amigo?
Infelizmente, pode. Já conteceu com Soares e Zenha e pelos vistos o padrão está a repetir-se"

Segunda questão:

"Para quem, como eu, esteve com Mário Soares desde 1985 (o que me valeu, na altura, um processo de expulsão do PSD), o que se passou é incompreensivel. O que fez virar Soares tão de repente? Estaria já tudo a ser tratado, enquanto publicamente ele dizia o contrário? Custa a crer, mas é o que parece".

Quanto à primeira questão Helena Roseta, com a frontalidade a que nos habituou, coloca a questão e dá a resposta: Infelizmente, pode !

Quanto à segunda, e "repescando" o "post" 909 de Paulo Gorjão na Bloguitica

"IT´S MACAU, STUPID"

Voltaremos ao assunto.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

ADRIANA MOLDER - 1



about adriana molder

ISTO ESTÁ A FICAR PRETO

Armando Vara é demitido em 2000 por exigência do Presidente da República, dadas as graves irregularidas encontradas na Fundação para a Prevenção e Segurança.
Foi integrado, na altura, na Caixa Geral de Depósitos.
Armando Vara é promovido a Administrador da Caixa Geral de Depósitos em Agosto de 2005.

Luis Patrão é demitido em 2000 por exigência do Presidente da República, dadas as graves irregularidades encontradas na Fundação para a Prevenção e Segurança.
Luis Patrão é nomeado chefe de gabinete de Sócrates, enquanto Primeiro Ministro.

Isto está a ficar preto !

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

WALMART - THE HIGH COST OF LOW PRICE

Vão já a este link e vejam mais uma deslumbrante iniciativa da chamada "sociedade civil" americana.

Trata-se de um filme que vai ser lançado sobre a cadeia de supermercados americana Walmart, e, como diz no título, "o elevado custo do preço baixo".

NÃO PERCAM! NÃO PERCAM! NÃO PERCAM!

EDUARDO GAGEIRO - 1

GLENN LOWRY E OS MUSEUS

Numa entrevista publicada no passado sábado (30.7.2005) no suplemento Babélia do jornal espanhol El Pais, Glenn Lowry (director do MOMA de Nova York), tece várias e muito interessantes considerações sobre os museus, suas funções e objectivos.

Transcrevemos algumas perguntas e respostas, em castelhano, para não alterar os conteudos, através de uma tradução mal feita.

Pregunta: El MOMA vuelve a ser moderno. Ésa era la frase promocional con la que se ha inaugurado la nueva sede del museu. Pero, qué significa ser moderno en el siglo XXI ?

Respuesta: La estupenda idea en la que se basa la modernidad es que tiene un final abierto. Tiene que ver con el presente y futuro, no con el passado. Y desde mi punto de vista el arte moderno es todavía una tradicion vibrante, una possibilidad que cresce, y creo que estamos viviendo uno de los momentos más modernos de la civilizacion.

Pregunta: Usted impulsó la fusion entre el MOMA y el PS1, uno de los centros de arte contemporâneo más respectado de Nueva York. Considera que los artistas de hoy son comprendidos por el público ?

Respuesta: Creo que el papel de los artistas nunca ha sido tan importante como ahora. Estamos viviendo tantos cambios en planos tan diferentes como los nacionalismos, la globalizacion o el terrorismo, que el pensamiento de los artistas al respecto es fundamental porque ellos ofrecen reflexiones directas e inmediatas que otros no son capaces de hacer.
Las bienales y ferias de arte cada vez tienen más visitantes. El arte contemporáneo cada vez le habla más a la gente. Creo que al contrario de lo que algunos sugieren, no hay crisis.


A entrevista é extensa, ocupa uma página inteira do suplemento, e é paga em consulta na net.

Mas acreditem que vale bem os "euricos" gastos.

Nota: sobre a temática dos museus, e neste caso do Museu do Chiado, vale a pena reler o que aqui publicámos em 23.7.2005.